A Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto remonta a 1836, momento em que, por decreto de 22 de Novembro, a Rainha D. Maria II ordena a criação da Academia de Belas Artes na Cidade do Porto.
Destinava-se este estabelecimento de ensino “a promover o estudo das belas-artes, difundir e aplicar a sua prática às Artes Fabris”. Seria dirigido por um Inspector (Manuel da Silva Passos); um Sub-inspector nomeado pelo Estado, e um Director Geral “escolhido de entre as pessoas distintas pelo seu mérito, probidade e amor às Belas-Artes”. Para além dos nomeados, faziam parte da Academia os professores, proprietários e substitutos necessários ao ensino, bem como os sócios ou académicos honorários e de mérito que a Academia entendesse serem dignos de tal honra.
As principais cadeiras ministradas pela Escola Académica eram: Desenho Histórico, Pintura Histórica, Escultura, Arquitectura Civil e Naval e Gravura Histórica; os cursos tinham a duração de cinco anos, sendo constituídos por estudantes ordinários e voluntários, podendo também assistir às aulas os oficiais e aprendizes das artes fabris, e também todas as “pessoas curiosas” que o desejassem. Eram enviados para França e Itália os alunos que, por seu mérito, merecessem a atribuição de um prémio dado pela Academia, contribuindo para o seu aperfeiçoamento nas artes (foi o caso de Henrique Pousão, Soares dos Reis e António Silva Porto, entre outros). De três em três anos ocorria uma exposição onde eram expostos os trabalhos de alunos e artistas que desejassem participar. [Read More]
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O fundo documental da Biblioteca da FBAUP encontra-se em regime de livre acesso, organizado por áreas temáticas que correspondem aos conteúdos programáticos dos cursos lecionados. Este fundo é constituído por cerca de 18.516 volumes distribuídos entre monografias, publicações periódicas e dissertações. Conta ainda com 11.000 diapositivos, 160 títulos de material audiovisual, 50 documentos electrónicos.
O fundo antigo é constituído por uma colecção de cerca de 780 títulos que abrange o período que decorre entre o séc. XVI e o século XIX, de onde se destacam alguns dos primeiros tratados de arquitectura. Conta ainda com uma significativa colecção de publicações periódicas na sua maioria dos finais do séc. XVIII e princípio do séc. XIX.