23 de abril a 09 de maio
Biblioteca da FBAUP
2ª a 6ª feira, 9 – 20h
Inauguração / Opening: 23 de abril, 14h00 / April 23rd, 6 pm, 2024
Obras, montagem, design, texto e curadoria de Dante
@dante_drawer
dantedrawer@gmail.com
A sociedade pós-industrial perdeu a capacidade de ver o mundo de forma simbólica sobrepondo a visão utilitarista em detrimento da “magia”, da imaginação e dos mitos como forma de integração das sociedades com o mundo. Os animais, as plantas, os rios, as montanhas, as pessoas e etc não desempenham mais um papel de integração e equilíbrio, agora tudo e todos tem o potencial de serem privatizados, explorados e especulados mercadologicamente.
Perder a capacidade de imaginar outros mundos e outras realidades também significa o afastamento de imaginar outras possibilidades a esta forma de organização social tecnocrata, estratificada, produtivista, cansada e sem encanto, por isso se torna imperativo que voltemos a visitar o imaginário ancestral (não de forma apropriativa” e mercadológica como a indústria cultural faz) para que nossa humanidade volte a acessar lugares distantes da lógica extrativista e colonizadora de um sistema baseado em exploração e destruição.
Em tempos onde a natureza e as pessoas mostram sinais de exaustão e de que chegamos em um ponto onde o planeta já não consegue mais metabolizar tanta destruição para alimentar um sistema de produção cruel e ganancioso, voltar a considerar mundos possíveis a partir do encantamento do imaginário ancestral torna-se uma possibilidade de desviar a rota de colisão que estamos permitindo que o planeta siga.
Dante.
Post-industrial society has lost the ability to see the world in a symbolic way, overriding the utilitarian vision to the detriment of “magic”, imagination and myths as a way of integrating societies with the world. Animals, plants, rivers, mountains, people, etc. no longer play a role of integration and balance, now everything has the potential to be privatized, exploited and marketed.
Losing the ability to imagine other worlds and other realities also means moving away from imagining other possibilities to this technocratic, stratified, productivist, tired and charmless form of social organization, which is why it becomes imperative that we return to visit the ancestral imaginary (not of “appropriative” and marketing way, as the cultural industry does) so that our humanity can once again access places far from the extractive and colonizing logic of a system based on exploitation and destruction.
In times where nature and people show signs of exhaustion and we have reached a point where the planet can no longer metabolize so much destruction to feed a cruel and greedy production system, consider possible worlds again through the enchantment of the imaginary ancestral becomes a possibility to divert the path of issues that we are allowing the planet to follow.
Dante